Fecho meus olhos e deixo a mente vagar
por locais desconhecidos, vejo a minha frente mundos antes nunca vistos,
paragens idílicas onde apenas o sonho ousou tocar, descortinam-se
universos de luz emergindo das trevas primervas.
Sinto
em meu corpo cada átomo do universo, toco as estrelas, estou nelas e
elas em mim, em uma fração de segundo de tempo imensurável posso sentir
toda a existência, inicio, fim e meio simultaneamente passam através de
meu corpo que já não mais existe fisicamente.
Estou
vivendo cada instante da história da terra, estou no princípio deste
planeta, movo-me violentamente com o fogo e com a lava primeira,
sinto-me aos poucos resfriar e umedecer. As águas cobrem-me grande parte
de meu corpo, passado uma infinidade de tempo, sinto a vida a pulsar em
e sobre mim. Presencio o surgimento de toda a vida na terra, sua
transformação.
Sofro com as
sucessivas extinções, alegro-me imensamente com o renascimento da vida,
após incontáveis eras, surge uma nova espécie, sou eu, somos nós
humanos surgidos nas savanas do que logo será conhecido como África.
Em
um piscar de olhos, avanço rumo ao futuro incerto, onde aquela espécie
tão bela extinguiu-se muito tempo atrás, vislumbro nosso sol, que por
éons incontáveis iluminou e aqueceu a terra, morrer lentamente, explodir
e expandir-se em uma gigante vermelha engolindo nosso planeta. Movo-me
para além do espaço-tempo quadridimensional e vejo as estrelas
apagando-se uma a uma lentamente, a entropia venceu. Ao assistir a
última estrela apagar-se lembro de quando tudo surgiu, quando o universo
veio a existência, lembro com carinho de cada sol que surgia, dos
planetas que nasciam circundando-os...
Abro meus olhos